quinta-feira, 15 de setembro de 2011

(TOP POST) Matou um cara e me deu uma carona

Como fiquei muito tempo sem postar, resolvi contar uma das minhas melhores histórias (ps.: ao ler "melhores histórias", entenda que vem coisa cabeluda nas linhas abaixo!).

Meu pai tinha uma Casa do Norte no Jardim Macedônia, um dos bairros barra-pesada de SP, e eu sempre ia trabalhar com ele depois da escola. Na época eu tinha 8 anos, e pegava ônibus sozinho pra ir até lá, passava por baixo da catraca, e ninguém falava nada, nem me impedia de entrar no ônibus - pra você ver o "NÍVEO".

Pois bem. Na época, meu pai estava em um vício incontrolável de jogar baralho. Passava o dia todo jogando, e essa jogatina ia até as madrugadas. Eu, que estudava as 7h da manhã, ficava nos fundos da Casa do Norte, dormindo em cima das sacas de farinha, feijão, etc...

Já passava das 2h da madrugada e acordei assustado, sem saber onde eu estava. Levantei e vi meu pai jogando baralho com alguns caras, entre eles o TARZAN (guarde esse nome). Cheguei perto dele e falei: "Pai, vamos embora, eu tô cansado"... ele mandou eu deitar de novo, que logo a gente ia embora... só que eu era um brasileirinho, não desistia nunca, e comecei a chorar e reclamar. Foi o fim. Eles se enfezaram e resolveram deixar o jogo para amanhã. Só que o meu pai estava sem carro, e aquele horário não tinha mais ônibus. O Tarzan, solícito, disse: "Pode deixar que eu levo vocês em casa". 

Ok, já tinhamos carona. Peguei um saco com uns mantimentos para levar para casa, e meu pai já mandou que eu entrasse e esperasse no fusca vinho do Tarzan. Cansado, arrastei o saco até o carro e entrei, quase dormindo. Olhei para fora, procurando o meu pai, e ouvi o Tarzan dizendo para ele: "Vai entrando no carro, Zé, que eu vou conversar com meu amigo aqui rapidinho". O amigo em questão era um negão bem forte, dentro de uma brasilia branca, estacionada atrás do fusca vinho. 

Meu pai não questionou nada, só entrou no carro. Olhei pra trás, com muita raiva do Tarzan, que ficava enrolando a gente... QUANDO DE REPENTEEEEEEEEEEEEEEEEE (esse de repente merece esse monte de "e". Merecia também umas luzes de neón piscantes, por que é de repente forte mesmo): o Tarzan tirou uma arma da cintura e começou a atirar no negão. Disparou toda a arma na cabeça do negão, passou para o lado do passageiro, puxou a cabeça do negão e ainda deu um monte de coronhadas!
Eu, dentro do carro do assassino, vendo tudo ali, a pouquíssimos metros de distância, fiquei em estado de choque. Não consegui me mover, gritar, me esconder, me virar. Nada. Meu pai me puxava pelo braço e dizia: "Sai do carro, sai do carro que o Tarzan vai ter que fugir". Mesmo assim, fiquei lá durinho, estático.

Não deu tempo nem do meu pai me puxar. O Tarzan veio em nossa direção e falou: "Entra aí, Zé, que eu vou te levar em casa". 

O meu pai falou: "Não, Tarzan, pode fugir. A gente se vira".
O Tarzan respondeu: "Imagine que eu vou fazer um absurdo desses! Eu falei que ia levar, eu vou levar. Sou homem direito!!!!"(só se fosse DESTRO mesmo, pq direito....).

Pegou no ombro do meu pai com a mão cheia de sangue e de miolos e empurrou meu pai para dentro do carro.  Levou a gente até em casa como se nada tivesse acontecido. Eu, em choque, calado, dentro do carro.

Ao chegar na frente da casa da minha mãe, desci do carro, e o Tarzan ainda pegou na minha cabeça, desarrumando o meu cabelo, abaixou na minha direção e disse: "Desculpa aí, viu, baixinho!". Sorrindo.

Fiz que sim com a cabeça e comecei a subir as escadas da minha casa. MUDO. Bati na porta da cozinha e quando a minha mãe abriu eu gritei: "MATOOOOOU!! Matou, matou, matou ele, matou, mãe!!!""
A minha mãe já saiu gritando: "Ái, meu Deus, mataram o Zé"... foi descer a escada e viu meu pai subindo.  Voltou toda vermelha em minha direção e me deu uns tapas: "Menino mentiroso, quase me matou do coração."

Meu pai me defendeu, e explicou toda a história para ela, que me acarinhou e se desculpou.

Dois dias depois saiu o Jornal Notícias Populares (aquele que a gente espreme e sai sangue), com a nota: "Homem morto com 30 FACADAS em frente a Casa do Norte, em SP". 

Fiquei com raiva, muita raiva. Não foi faca, foi tiro.




4 comentários:

  1. a história que merecia vlog ! hahahahahahahahaha

    ri horrores.

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  2. Pensei em um vlog pra ela tb.... mas acho que me saio muito mal em vídeo...rsrsrs

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  3. To rindo "no serviço" sem parar!!! Demais!!!

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    1. Hoje eu rio - muito - mas não época eu não ri não!! kkkkkkk

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