terça-feira, 12 de julho de 2011

Tiro dói?

Essa não é antiga... aconteceu HOJE.

Estava eu aqui trabalhando, tranquilo, como todos os dias. De repente, olho para a frente e vejo um homem que eu nunca tinha visto na vida. Camisa vinho, calça preta e paletó grafite, estilo "AugustinhoGrandeFamilia+Brechó".

Ele tinha o que chamo de "o olho do lagarto": é quando a pessoa é "vesga pra fora", deu pra entender?

Não deu tempo de pensar. Ele já entrou com uma mala, falando comigo que era do Paraná e que ia mostrar algo revolucionário. Deixou um folder meio amassado na minha mesa, colocou a bolsa preta grande no sofá que fica do lado da minha mesa e abriu o ziper (DA BOLSA, SEU PERVERTIDO!).

Comecei a ver tudo em câmera lenta... lembrei do caso da escola em Friburgo, e não consegui mais sequer me expressar. Só esperei ele tirar as armas e começar sa atirar em mim, com uma arma em cada mão.

"Meu Deus, eu vou morrer de tiroteio em plena terça-feira!?!?"Foi o pensamento que tive. Aí eu tentava mandar ele parar com aquilo, mas ele não parava de falar.

Outros pensamentos tomaram conta da minha mente: "Tiro dói?", "Tomara que ele atire direto na cabeça, pra eu não sentir que morri".... Aí comecei a pensar em coisas loucas, que só eu ia morrer, porque ouvindo o barulho, as pessoas das outras salas fugiriam.

Dentro desse curtíssimo espaço de tempo, ele abre a bolsa e tira um aparelho enorme, com uma luz vermelha de laser. Pensei que fosse a "mira laser"daquelas armas de filme. Apontou pra mim e perguntou: "Você digita muito?". Nem deu tempo de responder, quando ele já emendou a própria resposta: "esse aparelho é usado em clínicas de fisioterapia em todo o Brasil, tem esse laser infra-vermelho contínuo, que ajuda na circulação sanguínea... bla, bla, bla....".

Nesse meio tempo eu nem consegui prestar atenção no que ele me dizia, aí ele colocou o aparelho no meu ombro e ligou o aparelho, que começou a vibrar, aí  puxou meu braço e colocou esse aparelho no meu pulso: "Prá você que  tem tendinite, é ótimo" (detalhe: eu não tenho tendinite).

Aí falo: "Agora tira o tênis pra eu colocar o aparelho no seu pé". Eu respondi: "Não, eu não vou tirar o tenis". Nessa hora eu já estava voltando ao normal.

"Custa só R$300, mas eu posso fazer em 5 vezes de R$70, que não vai ficar uma parcela alta, e você vai poder pagar..."

A essas alturas eu já tinha certeza que não seria assassinado a sangue-frio, em plena terça-feira, por um desconhecido terrorista.

Graças a Deus. Ele foi embora... buscando mais uma vítima.

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