sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

A festa de aniversário da Eva e o Charles possesso!

A Eva estava feliz!  Estava comemorando 15 anos, mas como não poderia fazer uma graaande festa, reuniu o pessoal da Igreja na casa dela, prá comermos um bolinho e dar boas risadas...

Estava tudo muito legal... todos na sala, comendo pão com patê, bebendo um guaranázinho... QUANDO DE REPENTE... aparece o Charles. O Charles era um novo convertido que volta e meia ficava possesso. Era comum ouvir um barulho nos fundos da igreja e ao olharmos, ver o Charles se contorcendo, os diáconos segurando e o pastor expulsando... só que naquele dia, estávamos só "os jóvis".


Ninguém contava que ele fosse aparecer, mas como apareceu, tudo bem, entrou e se enturmou... bem... não se enturmou muito, porque ele era muito estranho. Ficava calado, no lugar dele, olhando para a gente meio ressabiado.

Antes de cortar o bolo, fizemos uma roda, todos de mãos dadas e fomos fazer uma oração pela Eva.
QUANDO DE REPENTE²...  o Charles começou a se contorcer no meio da oração e caiu espumando!

A mãe da Eva, que não acreditava nisso, ficava mandando ele parar de brincadeira. Foi um sufoco... foram horas orando e tentando controlar a situação, até que resolvemos ligar para o pastor, que veio e controlou a situação.

O Charles voltou ao normal, a mãe da Eva repensou os seus conceitos, todos "engolimos o bolo", e a Eva foi dormir... e na sua cabeça o pensamento:




"MINHA INESQUECÍVEL FESTA DE 15 ANOS"...

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Junior, sua namorada, acampamento de carnaval e o pivô perdido

Neste clima de acampamento de carnaval que toma conta dos jovens "góspeis", resolvi postar uma historia com o tema.

Era acampamento de carnaval, o primeiro que eu passava com a minha namorada. Estavamos juntos a bem pouco tempo, e aqueles dias seriam ótimos para a gente se divertir bastante juntos.

Logo no primeiro dia de acampamento, *Jéssica se trancou no quarto, assim, do nada, e não queria falar comigo. Eu lá, na porta do alojamento das meninas todo preocupado, sem saber o que tinha feito de errado!

Depois de muita insistência, minha amiga Rose veio e me disse que a Jéssica não queria falar comigo, porque tinha vindo "as regras do mês" dela. Fiquei aliviado, pois vi que não era comigo o problema... assim, disse que não tinha nenhum problema, que não entraríamos na piscina, mas curtiríamos da mesma forma... mas mesmo assim ela não queria sair do quarto.



Continuei insistindo, até que a Rose abriu o jogo: ela não queria sair, porque havia perdido o seu pivô.
Na hora, eu não consegui associar, achei que pivô era algum objeto feminino, tipo uma correntinha ou outra bijuteria. Mas aí a Rose falou que o pivo era do dente da frente, superior. Vi que a coisa era mais grave do que pensava, mas falei para ela ficar tranquila. Depois de muita insistência ela sai do quarto, chorando, com a mão na frente da boca... conversei bastante com ela, até que ela tomasse coragem e tirasse a mão da frente da boca. Realmente, não estava legal. Mas nem falei nada.

Agora, vem a segunda parte da história...


Enquanto eu estava tentando convencê-la a sair do quarto, um mutirão de pessoas estava agachado na grama, onde tinha caído o pivô da Jéssica, tentando encontrá-lo. A missão já era complicada, e se agravava quando viram que, naquele gramado, o caseiro tinha jogado um punhado de milho para alimentar as galinhas!

Resumindo:  e se alguma galinha tivesse comido o pivô da Jéssica, pensando que era milho?

Pois bem, havia essa possibilidade, mas não iríamos desistir de procurar. Neste momento, eu já havia me unido ao grupo, na procura do pivô. Se não o encontrássemos até a noite, teríamos que guardar todas as galinhas e esperar que o pivô fosse devolvido no dia seguinte por alguma delas, após a digestão.

Começava a escurecer, e todos na procura... até que a pastora tomou posição como sacerdote e disse bem alto: Senhor, abre nossos olhos para que possamos encontrar esse pivô. Eu não desistirei de encontrar o mesmo!

Ao terminar o seu clamor, com autoridade, olhou para a grama e disse: ACHEI! Correu em direção ao pivô e o ergueu o mais alto que seus braços alcançavam, como um vencedor exibindo o seu troféu!
Todos gritaram e jubilaram pela grande vitória alcançada!

Em entrevista após a localização do pivô, ela disse que ao abrir os após o clamor, viu algo que brilhava e lhe saltava aos olhos, e teve certeza de que era resposta ao clamor!

Chamamos Jéssica,  que sorria e chorava ao mesmo tempo... só que o problema não tinha se resolvido aí... o pivô não fixava mais! Mas esse era um problema mínimo, diante daquela situação, que foi resolvido com uma ida ao centro da cidade, para comprar uma "Super-Cola", que, aplicada na base do pivô que estava em sua gengiva, aderiu firmemente ao pivô localizado.

E os outros dias foram de alegria.. e muito cuidado...

VAI QUE  O PIVÔ INVENTAVA DE CAIR DE NOVO?


*o nome da namorada foi trocado.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Junior, Eliane e a lata de leite condensado!

aviso: é bem nojento.... se não tiver estômago bom, nem leia!!

Meu pai queria complementar o "leque de opções" da casa do norte, e resolveu preparar batidas com leite condensado. Eram de todos os sabores, uma delícia! Só que nessa, ele não se fazia de rogado: abusava de latas e mais latas de leite condensado, que nem sei se tinha mais lucro ou prejuízo.

Volta e meia eu ia lá no balcão, escondido, e virava uma lata de deite condensado na guela!! Hmmm, que luxúria!

Certa vez, a minha irmã Eliane já estava grávida, o bar estava fechado e encontramos uma lata de leite condensado em cima da geladeira. O furo da lata era enorme, e vimos que iríamos acabar com aquela lata ali mesmo... não deu outra: mandamos prá dentro... viramos a lata sem medo do amanhã... Quando de repente...

Minha mãe grita de longe: NÃÃÃÃO... não toma esse leite condensado, não! Tem BARATA dentro. Isso mesmo que você leu: BARATA!!!!


Ficamos em choque. Não dava prá saber se ela estava brincando ou não. Mas do jeito que ela correu prá tirar da mão da Eliane, vimos que a coisa era séria. Mas eu não ia acreditar se não visse... peguei o abridor  de latas e abri a lata toda. Quando direi a tampa.... não tinha uma barata... TINHA DUAS!!!
Elas estavam se desfazendo já... não dava mais prá saber o que era leite condensado e o que era barata.


O choque foi tão grande que nem comentamos nada. Só saímos do balcão, como se isso nunca tivesse acontecido. E nunca mais falamos sobre o ocorrido.



foto: baratas e besouros ao leite condensado. Facinho de fazer, os ingredientes com certeza você tem em casa


sábado, 19 de fevereiro de 2011

Bianca e Clara - as minhas 2 sobrinhas cantando

Eu não tenho nem palavras prá expressar... é lindo e hilário ao mesmo tempo! Ao assistir este vídeo fico tranquilo, pois sei que as duas vão continuar com o legado de maluquices da família Silva. Assistam!!!!
Dêem uma atenção especial ao minuto 1:15
Divirtam-se! 




quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Junior e o seu primeiro Nike (e o assaltante)

Depois do trauma do meu Le Cheval, que me levou do luxo ao lixo em apenas 24 horas, consegui ter o meu primeiro tênis de marca: Nike.

Foi maravilhoso! A minha mãe deu uma prensa no meu pai, dizendo que a minha irmã e eu éramos 2 adolescentes que precisávam de pelo menos um tênis de marca, como seus amiguinhos. Mesmo assim ele não deu o dinheiro... mas ela pegou na carteira dele! kkkkk... (mas agora ela está curada, lavada e remida! liberta do espírito de assaltante).

Aí, elas foram bem felizes para o centro de SP comprar os 2 tênis. Deixei bem claro que o meu era o Nike Cross Trainer, branco e azul. Não consegui nem estudar direito naquele dia, na ânsia de chegar em casa e ver o meu lindo tênis.

Acabou a aula, corri feito louco, e quando cheguei em casa, aquela caixa vermelha me esperava... nem falei com ninguém, já abri a caixa e coloquei o tênis no pé... mas ficou muito apertado! Me desesperei e minha mãe disse: "Calma, filho. Amanhã você falta na escola, vai com a Eliane na loja e troca!". Amanhã ia demorar muito... mas fazer o que? Esperei.

No dia seguinte fomos na loja... mas não tinha mais o branco e azul do meu número. Só tinha restado o ODIADO POR TODAS AS PESSOAS  cinza e preto. Ái, que ódio. Tive que levar ele mesmo. Essa cor era tão odiada, que nem era considerado um NIKE pelas pessoas.



Mas, tudo bem, né... fazer o que?

Usei muito, muito mesmo, mas o conservei como um filho. Alguns anos depois, eu e uns amigos fomos ao S.O.S. da Vida, grande evento da igreja Renascer em Cristo, com as bandas mais baladadas do gospel nacional e internacional. Naquele ano, o Bride tocava pela primeira vez no Brasil.

Ficamos até tarde, e acabamos perdendo o ônibus prá voltar pro Embu das Artes.O único que tinha dinheiro prá pagar um taxi era o Antônio. Fomos nós, em Pinheiros, procurar um ponto de taxi. Andamos, andamos, andamos, QUANDO DE REPENTE...  um cara super mal-encarado veio em  minha direção. Ele não olhava para mais ninguém, só prá mim. Sem falar nada, me empurrou na parede, com uma faca na minha barriga e disse: "Passa o tênis". Nem titubeei, e já tirei logo o tênis. Me pediu dinheiro, mas eu enfiei a mão no bolso e disse que só tinha um passe de ônibus. Ele não questionou, mas deixou seu tênis imundo no chão, para que eu não ficasse de pés descalços (que bonzinho, né?).

Meus amigos, nem olharam para trás. Continuaram andando como se nem me conhecessem, enquanto eu era assaltado! Até minha irmã, que estava com a gente, continuou andando. Lá na frente, me esperaram, quando me viram voltando de pés descalços...

Ninguém falou nada. Continuamos andando. Chegamos num ponto de ônibus, e uma mulher, que vendia salgadinhos e refrigerantes perguntou por que eu estava descalço. Eu disse: "Acabei de ser assaltado. O cara levou meu tênis. Ainda bem que não pegou meus amigos, pois eles que estavam com o dinheiro".

Ela me respondeu: "Ah, mas é assim mesmo... eles sempre pegam o que tem CARA DE IDIOTA mesmo...



Depois de tudo o que passei, vocês acham que eu precisava de mais essa???

desenho da nike: http://janelasemiaberta.wordpress.com

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Junior e o seu primeiro tênis DE MARCA (Le Cheval)

Lá pelo final dos anos 80, começou aquela febre por tênis de marca. Todo mundo tinha alguém que trouxe um "Nike" dos EUA... só "eua"  que não tinha. Aí, começou a vender no Brasil, mas pelo olho da cara... meu sonho era ter um "Nike Cross Trainer branco e azul". Ele tinha até duas bolinhas na frente (tipo umas lanterninhas) que brilhavam no escuro. Aquele era meu objetivo de vida.


Todos os dias eu pedia para a minha mãe, mas ela dizia que era muito caro, que não tinha dinheiro prá me dar. Então, peguei todas as minhas revistinhas da Turma da Mônica e fui vender na banca de jornal. Eram todos os exemplares da Mônica, Cebolinha, Cascão, Magali, desde o primeiro na editora Globo. O dono da banca olhou revistinha por revistinha, contou todas, e deu o preço: *R$15,00 (* não era reais, nem esse valor, mas trazendo pros dias de hoje, seria mais ou menos isso). Achei um absurdo, a minha maravilhosa coleção, com todos os exemplares da turminha, valer só isso? Mas eu já tinha 10 anos, estava entrando para a vida de adulto, não ia precisar das revistinhas... mas precisaria de um TÊNIS DE MARCA. Aquilo me daria vida social...VENDI!

Foi difícil me desfazer delas... na minha mente, elas choravam, enquanto eu ia embora com R$15 reais no bolso. Me senti um sem-vergonha, vendendo as minhas filhinhas indefesas...

Cheguei em casa e disse: "Mmãe, consegui R$15,00. Será que o pai completa pra eu comprar meu tênis de marca?" Ela conversou com ele, que disse que sim. Iríamos no dia seguinte no Brás, comprar.

Aquela noite parece que não acabava. Fiquei tão ansioso, que nem consegui dormir direito.

Já no dia seguinte, fomos bem cedinho no Brás. Chegando na loja de calçados, vi um mais lindo do que o outro na vitrine. De cara, elegi o meu: "Nike Crosstrainer branco e azul". Mas era muito caro. O máximo que o meu pai podia dar, daria prá comprar um outro, de marca, mas mais simples: um LE CHEVAL.

Ah, era bonitão até... robusto, de couro... e era branco e azul, como eu queria. TOPEI. Fui pra casa bem feliz, com o meu Le Cheval, doido prá estrear.

No dia seguinte fui para a escola com ele, contrariando a minha mãe, que disse que era perigoso me roubarem. Mas eu não podia deixar de mostrar o meu "passaporte para a FAMA!".

Todo mundo olhando, apreciando, comentando... e eu abafando no intervalo! Os meninos queriam "estrear" (isto é, pisar nele e sujar), mas eu não deixei. Foi a minha glória!
Cheguei em casa satisfeitíssimo... agora eu era alguém, tinha um tênis de marca...


Fui dormir olhando meu tenis novo, postado bem ao lado da minha cama. No dia seguinte, fui com ele de novo. Só que algo estranho acontecia: todos olhavam e riam... até que alguém gritou: "LIXOVAL!!! kkkkkkk". Ué, não entendi! Eu tava na moda, o que estava acontecendo?

Mais tarde fiquei sabendo que naquele mesmo dia, o tênis Le Cheval tinha caído para a categoria "tênis de baiano" (nada contra quem nasceu na Bahia, mas esse era o termo usado em SP, para designar brega).


Sofri muito. Em apenas dois dias passei do LUXO para o LIXO.
Nunca mais usei aquele tênis. Afinal, acima de tudo, eu tinha dignidade.

VENDO LE CHEVAL NOVÍSSIMO! Pouquíssimo uso, na caixa! R$15,00
Em Piracicaba/SP

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Junior, Sandro, Viviane, uma galera enorme, a cachoeira e a AREIA MOVEDIÇA

Neste post vou apresentar a vocês duas pessoas que não são da família Silva, mas são meus melhores amigos... APESAR de sumirem da minha vida do nada e voltar prá ela do nada também, não consigo deixar de amá-los nunca! O Sandro, por exemplo, mora em Londres atualmente, Volta e meia liga do celular, pede para esperar, porque vai entrar num túnel, e não liga mais... passa uns 6 meses dentro do "túnel".

Pois então. Estávamos nós em um acampamento de carnaval da Igreja. O lugar era legal, mas faltava "alguma coisa". Foi então que o o caseiro deu com a língua nos dentes e nos falou que tinha uma cachoeira ali perto.
Sim, uma cachoeira, que delícia! Só que o pastor nos PROIBIU de ir até essa cachoeira. Mas nós somos desobedientes brasileiros, e não desistimos nunca. E montamos um grupinho prá ir na trilha e procurar a cachoeira... 

Andamos no mato por um tempo, enquanto tinha trilha, e mais e mais próximo, ouvíamos o barulho da água... isso nos motivava e empolgava a encontrar uma cachoeira tipo do filme "A Lagoa Azul" (mas sem o casalzinho pelado, claroooo... pq a gente é crente, oras!).

Nós lá, empenhados em encontrar a nossa cachoeira... quando chegamos:  Era um fiozinho de água, tipo uma BICA. Aí, tinha umas pedrinhas, uma poça d'água... e uns 20 adolescentes de biquini e bermuda, morrendo de calor, todos sujos e arranhados, cheios de DESOBEDIÊNCIA CORAGEM,  pra encontrar aquela coisinha?



O ódio subiu no coração. Alguns decidiram voltar... mas nós não. Da onde vinha aquela água, tinha muito mais.... encontramos um cano bem grosso, de ferro que percorria todo o trajeto que fizemos em direção ao acampamento, e nos lembramos que o caseiro havia dito que a água que abastecia o local vinha dessa cachoeira. Resolvemos seguir esse cano, para encontrar o tesouro de águas caudalosas que nos esperava mais acima. Nós, os poucos "Josués e Calebes" desobedientes corajosos que sobraram subimos, até que a mata se fechou. Era voltar prá trás, frustrados, ou então continuar, e sermos os desbravadores do desconhecido. 
Estávamos, pelo que lembro: a Viviane, Roqueline, Vânia (que era  meio gordinha), o Sandro, eu, e não lembro mais quem. A gente queria que a Vânia voltasse, pois como ela estava acima do peso e a mãe dela era bem enérgica, poderíamos ter problemas mais a frente. Mas ela não quis desistir e foi com a gente até o fim. Admiramos a coragem dela, mas algo nos dizia que teríamos problemas.

Sandro e eu na frente, abrindo o caminho, e as meninas atrás, gritando. A Viviane, volta e meia perguntava (de verdade): "Pessoal, será que não tem um banheiro por aqui?". E a gente queria matar ela!

O caminho ficava cada vez mais difícil, quando deparamos com o lugar que nos deixaria lembranças eternas. Não, não era a cachoeira não. Era um lamaçal, tipo um brejo, que a gente chamou de AREIA MOVEDIÇA.
No meio dessa lama, o cano que funcionaria como uma ponte. Só que o Sandro e eu nos garantiamos, mas as meninas a gente não botava fé. Inclusive a Vânia, que era gordinha... 

Explicamos para elas que seria difícil, mas mesmo assim elas insistiram em continuar. O Sandro passou para o final do cano e eu fiquei no começo... eu segurava as meninas até onde dava, elas andavam alguns metrinhos sozinhas e pegavam na mão do Sandro do outro lado. Assim foi com uma, com duas, com três, em meio a gritinhos estridentes. 
Quando de repente... só sobrou a Vânia. Olhei para o Sandro, respiramos fundo e dissemos: "Você quer mesmo ir, Vânia?". Ela, cheia de coragem e determinação disse: "Vou sim, eu consigo". Ela foi tão convincente, que acreditamos... E lá vamos nós ajudar a Vânia. Até um certo momento, ela se equilibrou. 
Mas quando eu soltei a mão dela, para que ela prosseguisse o restante sozinha, ELA SE DESEQUILIBROU E CAIU NA AREIA MOVEDIÇA! 

Todo mundo gritando, ela tentando se equilibrar, subir no cano de novo, mas quanto mais ela fazia força, mas ela afundava! A lama já estava no meio da coxa dela, e a gente falava: "Não se mexeeeee!!! Quanto mais você se movimentar, mais vai afundar!" O Sandro  e eu fomos tentar puxá-la, mas nenhum esforço adiantava nada. A gente se segurava prá não rir da situação, quando a Vânia soltou dos nossos braços, jogou o corpo prá trás, deitando na lama e clamou: "DEEEEUS, EU SOU SUA FILHAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHH........"



Não deu mais prá não rir. Nós quase caímos na lama de tanto gargalhar... lágrimas saltavam dos nosso olhos, e perdemos as forças...
Respiramos fundo e falamos: "Vânia, não desiste!! Forçaaa". Mas ela  ficou lá, deitada afundando... sério, parece mentira mas é tudo verdade...

Eu só pensava em uma coisa: temos que arrumar alguns cipós prá amarrar ela, enquanto as meninas voltam para o acampamento prá chamar os bombeiros, um guincho, sei lá... 

Num súbito de força e determinação, Vânia se levanta, e começa a puxar a vegetação em volta, que se quebra com o peso e com a força da lama que a prendia... 
A gente gritava: "Força, Vânia, você vai conseguir!!". Ela agarrou no cano, com toda a sua força e vontade de viver, e conseguiu subir!!!! 
Foi lindo!! Todos batendo palmas, gritando, dando Glórias!!!

Ela chorava e ria, enquanto gritava: "Meu chinelo, cadê o chinelo???(isso, muitos anos antes do Pânico na TV). A gente respondia: "Vânia, esquece o chinelo! Você está VIVA, isso é o que importa!" (tipo coisa de filme, super emocionante!).

Depois disso, resolvemos não tentar mais achar a cachoeira. Voltamos, cansados, sujos de barro, vencidos pelas dificuldades, mas todos vivos. No meio do caminho de volta, encontramos a "bica", cachoeira, do início de nosso caminho. A alegria foi tamanha, que todos entramos juntos ali, como se não houvesse mais amanhã.

E como se não houvesse a bronca, que levamos logo após voltar para o acampamento, já escuro. No dia seguinte, todos de castigo... mas relembrando a nossa aventura do dia anterior!






sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Junior e a Garota Verão 1990

Em meados de 1990, a minha irmã Eliane, resolveu que queria seguir a carreira de modelo. Mas, acho que só ela acreditava nisso. Ela sempre foi muito bonita, paquerada, as meninas queriam bater nela, só que ela é baixinha... deve ter 1, 55m. Sem chance...

Mesmo assim, resolveu começar participando do concurso "Garota Verão Colors 1990", de uma danceteria do Embu.

Todas as meninas lá, serelepes, ensaiando de bermuda cintura alta, babuches nos pés, cabelo com rabo de lado, roupas neon, batom violeta... tudo no melhor estilo Madonna Like a Virgin.

Só que tinha uma gordinha participando (tadinha das gordinhas, gente... eu me compadeço), que parecia o vocalista da banda "Skowa e a Máfia", uma banda famosa na época (veja o vídeo abaixo)




Além de gordinha, ela tinha o "bumbum engavetado" (sabe, aquele bumbunzinho apertado, prá dentro, constantemente?Pois é), mas se sentia a Diva do Ébano.


Aí, eu lá em cima no camarote durante o ensaio, bem molequinho,  junto com as mães, amigas e irmãs das concorrentes, assistindo ao ensaio... quando me aparece na passarela a "Skowa" (vou chamá-la assim), detonando nos passos largos, deu aquela "paradinha" com a mão na cintura  no final da passarela, fez cara de "tudo posso" e voltou, com o bumbum engavetado.

Dei muita risada, e comentei com a menina que estava do meu lado: "Olha só aquela gordinha. Parece o Skowa, da banda Skowa e a Máfia!kkkkk... O volume que ela deveria ter no bumbum, está na barriga... kkkkk..." e continuei lá, rindo.

No final do ensaio, todas as meninas se despedindo e tal, a minha irmã vem na minha direção junto com a Skowa. Aí, a apresenta prá mim, que seguro o riso e a cumprimento. Quando de repente..


A Skowa aponta para a menina prá quem eu tinha feito o comentário e fala: "Ah, e essa aqui é a minha irmã, e...". Nem lembro mais o que ela falou, só me lembro que queria ir embora dali o mais rápido possível...

Skowa manda lembranças

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Todo domingo meu pai virava o Silvio Santos!

Todo domingo o meu pai bebia bastaaante... quebrava o caneco! Mas não era só domingo não, ele bebia todo dia. Mas no domingo ele mandava ver mesmo... E VIRAVA O SILVIO SANTOS!

Pois é... parecia que ele tinha bebido uma poção mágica. Ficava rico, empolgado. Só faltava o microfone pendurado no pescoço.

A criançada da rua já sabia disso, e todo mundo esperava a hora...Quando era umas duas da tarde,  já incorporado do Homem do Baú, ele subia na varanda de casa e gritava: "QUEM QUER DINHEIROOOOOOOOOOOOOOOOO???"






A criançada ia ao delírio - quer dizer, criançada não, porque uns marmanjos se infiltravam entre os pimpolhos - e ficava naquela expectativa de quanto ele ia jogar dessa vez.

Nos bolsos do Zé, quer dizer, do Silvio Santos, notas e mais notas de R$1,00 (naquele tempo existia nota de um real). Algumas poucas de R$10,00, dependendo do humor e do público do dia.

Ele pegava um montão de cada vez, e não eram aviõezinhos não... ele amassava mesmo, tipo "dinheiro de bêbado" (tipo não... ERA dinheiro de bêbado), e jogava.

Gritaria, emoção, gente caindo... assim como acontece no Topa Tudo por Dinheiro há tantos anos. Todo mundo puxando dinheiro da mão do outro... e ele rindo. Daí vinha a segunda, terceira, quarta rodada. Quando já não tinha mais dinheiro, ele jogava balas e chicletes.. e o público ia diminuindo aos poucos - afinal,  eles queriam DINHEEEEIRO!!!!

Aí, sem ibope, ele ia deitar no sofá. Eu, nada bobo, perguntava: "Pai, você é rico?". Ele: "Claro, muuuito rico". E eu: "Mentira, você é pobre". E ele, nervoso: "Claro que sou rico, sou rico sim. Quanto você quer?"
Eu, mais do que empolgado, já soltava: "Duvido que você tem uma nota de R$50,00".
Ele, já contrariado: "Claro que eu tenho". Essa era a minha deixa: "Se você é rico mesmo, então me dá esses R$50,00", na maior "vibe" tentação no monte.


Ele, fazendo cara de desdém, pegava R$50,00 bem novinha e me dava: "Tó aí essa porcaria... tenho muitas!"
E eu ia, todo feliz, guardar meu dinheirão. Agora EU é que estava rico.

Mas, assim como a riqueza dele durava pouco, a minha também durava.

No dia seguinte, logo de manhã, ele falava: "Devolve os R$50,00". E eu, dando uma de "advogado do diabo": "Ué... mas não falam por aí que bêbado não lembra do que faz?
Ele: "Cala a boca e devolve".

Eu devolvia e esperava o próximo domingo, quando Silvio Santos voltaria e a aquela nota também voltaria ao meu bolso. Por pouco tempo, eu sabia, mas, quem sabe um dia ele não se lembrasse mesmo...?

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

(post extra do dia) - A IRMÃ MARIA COCADA!

Gente, eu coloquei o título todo em caixa alta porque merece...

A irmã Maria Cocada era uma espécie de "mendiga gospel" que morava em uma casa abandonada em frente à igreja. Ela era alcoólatra, sorridente, espalhafatosa, e maluquinha...

Foi assim que conhecemos a Cocada:

Sempre que íamos para a igreja ensaiar, ou para algum evento mais cedo ou em um dia incomum ao final de semana, ouvíamos uma série de gritos, xingamentos e pancadarias em uma casa abandonada em frente à igreja. Um dia resolvemos ir lá, e encontramos um casal de senhores embriagados. Era a Cocada e o João. A casa era imunda, toda cheia de lixo, não consigo nem explicar em detalhes. Convidamos os 2 para irem à igreja e eles aceitaram o convite. Logo no primeiro culto - Culto de Jovens - eles aceitaram a Jesus. Foi lindo, os dois lá na frente, chorando, e a gente chorando junto.
Começamos a cuidar deles... cada um fazia o que podia. Alguns arrumaram a casa, outros deram roupas, e as meninas resolveram fazer a unha dela. Mas a situação dos pés e mãos da Cocada era tão terrível, que pareciam unhas da família dinossauro! As meninas fizeram um "escalda pé" que tinha até água sanitária! Não conseguiram fazer muita coisa, mas comparado ao que era antes, fizeram milagres.



Aí, um dia, os dois arrumadinhos foram novamente para o Culto de Jovens. Naquela época, não tinha dança na igreja. Eram só as músicas legais, animadinhas, e a gente ensaiava os pequenos movimentos prá lá e prá cá, acompanhados de palmas, para não escandalizar os mais tradicionais.


QUANDO DE REPENTE... (chegou a hora mais esperada da história):
A Maria Cocada, de saia curta e regatinha, sobe no _____________ (clique na linha e preencha como acha certo: palco, púlpito, altar, trio... etc) numa dança rebolativa e CENÇUAL enquanto cantávamos! Ela levantava os braços, fechava os olhos e balançava a cabeça, num ritmo totalmente descoordenado, porém em pleno êxtase, como se não houvesse amanhã!
Seu companheiro, João, gritava o tempo todo:"Desce daí, Maria"... ao menos ele tinha conservado os "valores morais" e "bons costumes" da família brasileira. Cocada, super concentrada em sua performance, gritava, lá de cima: "fica quieto, João, que eu tô AJUDANDO O PESSOAL".

O pastor, que não tinha visto Maria dançando, ao final da música disse: "Eu gostaria de pedir para o irmão João não gritar e atrapalhar o louvor". Maria, ainda lá em cima, como uma dançarina do Faustão em pose de descanso, esticou o braço, dedo em riste e gritou: "TOME, JOÃO".

E a partir ali, nasceu a dança nas igrejas.

Nunca mais vi Maria Cocada. Uma vez fiquei sabendo que ela havia morrido de cirrose, mas pouco tempo depois ela apareceu na igreja, um pouco estrábica e mais desequilibrada do que antes, mas VIVA. Hoje, não sei por onde anda.

Junior e a macumbeira

Quando eu era criança, mesmo crente, ia escondido com a minha irmã na minha vizinha umbandista, pra ver as coisas que aconteciam... era tudo super estranho, mas a gente tinha essa curiosidade de ver.

Uma vez ela pegou uma galinha, cortou o pescoço e a galinha saiu correndo com o pescoço pendurado por vários metros! Eu lembro que senti um medo e uma dor de morte naquele dia. E a minha mãe nem imaginava isso...

Lembro que, como morei durante toda a minha infância do lado desse centro, até decorei algumas músicas quando ouvia, e tinha que tampar os ouvidos e ficar falando "lálálálááááááá" prá não cantar junto.

Uma vez, em uma das festas realizadas lá, ela tinha que escolher 7 crianças de 7 anos prá montar uma mesa. Nesta mesa tinha umas cumbucas de barro, cheias de comida. Tinha arroz, frango, doces, pipoca, bala (com papel), vela, tudo misturado. Aí, eu xereta, tava lá no dia. E tinha SETE ANOS.

Ela me chamou prá "compor a mesa" e eu, sem saber dizer não, fui... todas as crianças na parede, sentadas no chão, e com a cumbuca entre as pernas... lembro que peguei um pedaço de frango, e veio todo melecado de "baba de quiabo", que ODEIOOOOOOOOOOOOOOO....

Só lembro que peguei, tentei colocar na boca, mas quase vomitei. Aí, vi uma delas dançando e balançando a saia perto de mim e disse: "Tia, tiaaaa. ô tiaaa", puxando pela saia dela. "JÁ ACABEI", eu disse, quando ela olhou prá mim. Isso sempre funcionava com a minha mãe, pensei que funcionaria com ela.
Ela respondeu, com os olhos brancos " UHM UHM vai tê qui cumê tudo"... e saiu rodando...

Eu não tinha mais o que fazer, e apelei para uma outra coisa que funcionava com a minha mãe: o choro.


Comecei a chorar, o choro mais alto da minha vida, entre lágrimas, berros e a frase: "EU JÁ ACABEI, TIAAA... COMI TUDOOO. PELAMORDIDEUS"


Sei que tudo parou... a mulher olhou prá mim, já com os olhos normais, e falou para os outros: "Leva esse menino daqui, que ele tá fechando a roda".

Aí me levaram para a rua, e eu fui prá casa, chorando...

Minha mãe, ao invés de me dar uma surra, só me abraçou, beijou e me falou prá não ir nunca mais lá... o que não obedeci na época...rsrsrsr.. e me lasquei em outras situações.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Junior e a atriz desconhecida

No ano passado fui a São Paulo, para o lançamento do livro de um grande artista gráfico do humor brasileiro. Várias pessoas famosas da área, gente fina e elegante... o autor autografando o livro e tirando fotos, enquanto os convidados se refrescavam com um Salton Flower Rosé (propaganda... quem sabe eles lêem e me dêem un$ agrado$).

Aí, chega a hora de fazer "network". Todo mundo trocando cartão, telefone, apresentando gente estranha um para o outro. Aí, aparece uma mulher super estranha, já senhora, loira, de pink, toda serelepe e marota, conservando o vigor e a "seiva" da juventude, que já foi embora a alguns anos e ela não percebeu.

Apresenta-nos uma garota meio alcoolizada. Meio gordinha, cabelos encrespados bem pretos, soltos ao vento, batom vermelho "Moulin Rouge", sorriso largo... trocando de taças sem ao menos acabar o vinho da taça que estava na mão. A senhora loira diz: "Essa é uma grande atriz da nova safra. Ela é de teatro, tem várias peças em cartaz, é diretora, escritora, dramaturga, e tem grandes idéias que vocês podem aproveitar em sua cidade".
A jovem atriz responde, já bem narcotizada: * "Zuzu beim? Muidu brazer.... eu zou di diadro, bais  ixtou isdudando algumas brobostas para a TV. Logo vozêis vâm mi ver na delevizãum." distribuindo sorrisos tortos e desequilibrados a todos da roda.

Logo pensei: "Meu pai! Nunca vi essa menina na vida! Ainda mais com esse papo de ex-BBB, que está "estudando propostas..." Deve ser essas maconheirinhas de teatro, povo de vida livre, que representa "Macunaíma" pelado por aí..."
Não acreditei no papinho "de boteco" da menina. Sorri, prá não ser chato, e a roda se desfez...

Dia desses, a Ju e eu esperamos ansiosamente para ver uma série de TV, na Globo, inspirada na obra de um grande autor e cantor brasileiro, que, diga-se de passagem, é incrível.

Logo no primeiro episódio, vemos os protagonistas: essa eu conheço... esse eu conheço também, esse eu conheço, mas nem sabia que era ator! e essa menina não me é estranha, mas não lembro de onde....

Assistimos tudo, rindo encantados com a interpretação de cada artista...

No final do episódio, reconheço a menina estranha: era a atriz alternativa da recepção em SP, que eu nunca tinha visto na vida e em quem não acreditei. Agora não posso dizer que nunca mais a vi. Ela é famosa. Eu não.

*tradução: Tudo bem? Muito prazer... eu sou de teatro, mas  estou estudando algumas propostas para a TV. Logo vocês me verão na televisão"

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

(post extra do dia) - Minha mãe tem o umbigo santo

Essa é atual.

Minha mãe veio no finzinho do ano passado passar uns dias com a gente. Para aproveitar e curtir um pouquinho, fomos ao Teatro Municipal ver umas apresentações de "Tap Dance" (sapateado).

Enquanto esperávamos começar o espetáculo, um grupo de umbigada  se apresentava no hall do teatro... dina Dida em volta, batendo o pézinho e as mãozinhas... aí, eu chego perto dela, bem no ouvido e falo:
"Mãe, se você ficar perto assim da roda, logo eles te pegam pela mão e te levam para a roda, pra dançar umbigada.

Ela arregala o olho, assustada e diz DISCRETAMENTE: "Deus me livre, meu umbigo é SANTO!!!!"
Não me lembro de ter dado tanta risada com ela como naquele dia. Não só eu, mas todos os amigos que estavam em volta... ainda bem que os dançarinos não escutaram!!!

SÉRIE "A primeira vez na Paraíba"

A partir de hoje vou começar uma série de posts da nossa primeira viagem à Paraíba.

Tudo começou assim: 

Eu tinha 5 anos, a Eliane 8 e o Rodrigo 1 aninho... fomos nós, a minha mãe e a minha avó Bia, mãe da minha mãe.
A viagem, de ônibus, durou 72 horas, e foi uma das piores coisas da minha vida. Aquilo não tinha fim... e como eu era criança e não pagava passagem, tive que ir no colo da minha mãe o tempo inteiro.
Sabe aquelas coisas de filme, que no ônibus tem noiva, galinha, bode, criança chorando, e daí para a frente? Só não encontramos a noiva.



Era terrível. Gente comendo farinha, gente vomitando, o meu irmão Rodrigo com diarréia, a minha irmã Eliane deprimida acordada de madrugada olhando para a janela, esperando ver alguma caveira ou  monstro no meio do mato - ela jurou que viu vários no caminho -  e eu, cansado, de colo em colo.  E como paraíbano é um povo super receptivo, minha mãe tratou de fazer amizade com todo mundo e aquilo ali virou uma comunidade.

Até que o rapaz que veio sentado na poltrona do lado da minha mãe se dispôs a ajudar, aí eu dormia com as pernas esticadas no colo dele. Graças a Deus, era um pouquinho mais confortável. E o rapaz, super jovem, era muito legal... me dava bolacha, conversava, brincava... aí, não sei de onde tirei que o rapaz era o "namorado da minha mãe". Minha mãe era casada, não tinha rolado nada, mas na minha cabeça, ele era namorado dela!

Eu até tava acostumando com o meu "novo pai" , era tudo muito legal...até o dia que chegamos na Paraíba, cada um foi para o seu lado... e novamente, assim como na história de quando eu era bebê, e perdi pela primeira vez o "meu pai", (leia aqui) um senhor que eu nunca tinha visto na vida.

Continua...

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Dida e o feijão vitaminado!

A minha mãe sempre foi preocupada com a alimentação dos filhos. Por isso, desde os 2 ou 3 meses, já nos alimentava com caldo de feijão, de mocotó, entre outros alimentos...

E quando mais velhos, sempre insistiu para a gente comer feijão, porque tem ferro, e isso é essencial para a nossa saúde.

Só que ela sempre achou que o feijão tinha "pouco ferro", então complementava o cozimento com um PREGO GIGANTE. Sim, ela colocava um prego na panela de pressão prá cozinhar junto com o feijão. Assim, iria deixar o feijão muito mais vitaminado!


















= vitaminas!Hmmmm, diliçaaaa!!!!!

Em outras situações, ela aproveitava para fazer doce de leite, colocando para cozinhar com o feijão UMA LATA DE LEITE CONDENSADO!  Calma, você não entendeu! Era uma lata fechada, ela não despejava o leite condensado no feijão.



Colocava a lata fechada, a água e o feijão. Aí, o leite condensado cozinhava junto com o feijão e virava doce de leite. E a lata do leite condensado fazia com que o feijão ficasse reforçado também, e mais vitaminado!

Viu como a minha mãe se preocupava com a gente? 

Obrigado, mamãe... vai ver que é por isso que eu sou assim, tipo... ROBUSTO!



quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Os Silva na praia de Perequê

Todo o final de ano, a nossa vizinha umbandista fazia uma "excursão" para a praia de Perequê. Uma praia de pobre mesmo, de "pilinferia". Aquela coisa farofa com areia, véia de biquini, criança com diarréia...

Ela aproveitava que ia fazer seus "trabalhos de fim de ano", alugava um ônibus, e para aproveitar, chamava a rua toda prá encher ônibus, com a desculpa de que era apenas uma excursão.

E um dia, lá fomos todos nós na excursão para a praia de Perequê. O ônibus cheio daquelas mulheres gordas, todas de branco, e aquela cantoria "étnica" toda...  e a gente lá, "os crente", no meio disso tudo.

Ainda no ônibus, o Bruno, que ainda era bebê de colo e sempre foi muito fraquinho, ficou com diarréia... ainda lembro que a minha mãe foi a viagem inteira trocando as fraldas dele, tadinha...

Depois de muito sufoco, cantoria, cheiro de cocô e muito mais, chegamos já de manhã. Todo mundo trocando de roupa na rua mesmo, doidos prá entrar no mar. Detalhe: era só ônibus e praia. Não tinha hotel, hospedaria, pensão, barraca, nada. Quem quisesse, que levasse sua sombrinha.

A Eliane e eu sumíamos na praia, e a minha mãe ficou com os dois pequenos - Rodrigo e Bruno - sofrendo na areia...

Neste meio tempo, demos falta do meu pai... "cadê o Zé?", era a frase de ordem da minha mãe. Rodrigo chorando, Bruno cagando, Dida chorando, Eliane e eu reclamando e o meu pai DESAPARECIDO!

As horas foram passando, as macumbeiras já tinham feito todo o trabalho e era hora de ir embora... todo mundo vestindo a roupa por cima do biquini e sunga, todo mundo queimado de sol, com as virilhas assadas de areia e água salgada... e nada do Zé aparecer. A minha mãe já tava chorando, se sentindo "a viúva do Perequê"

Ônibus cheio, todo mundo reclamando querendo ir embora e nada do Zé... até que um amigo apareceu gritando: "Achei o Zé, mas preciso de ajuda". Corremos até ele, que nos levou ao meu pai: bêbado, caído em uma moita. Parecia aqueles doces de mocotó: rosa de um lado e branco do outro.

Ele tava tão bêbado que caiu e dormiu na moita, embaixo de sol. Caiu de bruços, então só queimou as costas. Não sabia se ria ou chorava, vendo o meu pai branco na frente e vermelho nas costas.

Levantamos o "elemento", que não tinha força nenhuma nas pernas e só gritava "ai, ai", por causa das queimaduras...

E essa foi UMA das histórias de praia da família Silva!

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Junior no Zoológico

Quando eu tinha uns 6 anos, a minha família da parte materna se reuniu TODA prá ir ao Zoológico de SP. (só prá vc ter uma idéia, a minha mãe tem uns 14 irmãos, e cada um tem, em média, 2 filhos). Eramos em pelo menos umas 40 pessoas.

Todos felizes, vimos diversos animais e brincamos muito. Vimos uma movimentação na área do hipopótamo, e fomos correndo  ver o que estava acontecendo... chegando lá, o povo tava irritando o coitado do bicho, que entrava e saía da piscina dele. QUANDO DE REPENTE (já dá prá imaginar, né... quando eu escrevo "quando de repente", aí vem porcaria) o hipopótamo começou a cagar (cagar mesmo, gente, porque não dá prá falar que o hipopótamo, com aquela bunda enorme, "fez cocô"). Só que ele não cagou como "gente normal", prá baixo... ele começou a rodar o rabo, e o cocô começou a voar prá todos os lados, atingindo todo mundo!!! Foi uma correria... aí ele ficou em paz, porque ninguém queria correr de novo o risco de ser atingido por cocô de hipopótamo.

Recuperados do medo e susto, fomos comer... todo mundo abrindo a mochila e tirando o pão com patê de sardinha, o bolo de cenoura com cobertura de chocolate, biscoito de polvilho, sequilhinhos... só faltava o refrigerante (ps.: como eu não sou tão novinho, não existia refri em garrafa PET no meu tempo... era só garrafa de vidro, então a gente não podia levar, que era perigoso). Aí o meu tio me pagou um copo de Coca do grande.

Eu lá, todo feliz com a minha cócona, aí, aparece uma abelha... eu MORRO de medo de abelha, já comecei a espantar aquela... aí apareceu mais uma, mais uma, mais uma...
Quando eu vi, o meu copo (não era o coRpo, era o COPO) tava parecendo aqueles caras que vão no programa do Gugu e ficam só de sunga, cheios de abelhas!

Eu só chorava e corria com o copo na mão, porque não queria perder a minha Coca-Cola. Naquele tempo, Coca-Cola era bem cara, não era coisa de se desperdiçar assim... só que não tive alternativa... joguei o copo para trás e corri, para me salvar daquelele ataque de abelhas malignas...

Chorei muito, fiquei sem refrigerante... e as pessoas, ao invés de se compadecerem de mim, riam alto, com a cabeça prá trás, o que me fazia chorar mais, de tanta tristeza e vergonha.