quarta-feira, 30 de março de 2011

Junior e o galão de água

Algumas igrejas cristãs (católicas e evangélicas) realizam um retiro espiritual chamado "Encontro". Ali, passamos por várias ministrações, e somos muito abençoados. Eu mesmo passei por 7 desses. Pode, rir... ria mesmo! Mas, quem lê o meu blog sabe que eu precisei mesmo....

Em um desses 7, eu já era "veterano", e já sabia tudo o que iria rolar. Era o momento de silêncio total, todos buscando a Deus, super concentrados...

Uma  moça pegou em meu ombro e me pediu ajuda para virar um galão de água de 20 litros no filtro, que ficava bem na frente do lugar. Eu, dando uma de forte, levantei todo "pimpão", e fui em direção ao galão.

Tudo isso no maior silêncio.

Vou, pego o galão, tiro o lacre e o levanto, preparando para a "grande virada", que tem que ser de uma vez só, sem direito a erro. Quem já virou um galão desses entende o que estou falando.

QUANDO DE REPENTE.... (adoro essa hora!!!!)

O galão escorrega da minha mão, e SE ESPATIFA NO CHÃO,  jorrando água em direção aos pobres e concentrados irmãos. O barulho do galão foi bem alto, e a água se espalhou de uma vez só, como um tsunami em direção aos irmãozinho.
Algumas meninas gritaram, outros correram... acabou a concentração, acabou o trabalho espiritual.

Acabou a minha dignidade também, pois o líder do encontro olhava para mim como se eu tivesse feito o papel do diabo.






Por isso, quando me dizem que não estou gordo, que estou forte, eu respondo: "Forte não, eu tô gordo mesmo! Dá aí um galão de 20 litros de água pra ver se eu viro".

sexta-feira, 25 de março de 2011

10 Coisas que acontecem comigo normamente

1 - acaba o ingresso de cinema na minha vez
2 - a máquina de sorvete do McDonald's quebra - na minha vez
3 - cai o sistema para pagamento no débito - na minha vez
4 - a roupa/tenis que eu quero, tem em todos os tamanhos - menos o meu
5 - chove muito e aparece goteira em casa - SÓ em cima da MINHA cama
6 - a gata deu cria no guarda-roupa... de quem? NO MEU
7 - estou com 3 amigos, e só EU sou assaltado
8 - todos são servidos do prato principal - na MINHA VEZ, acaba o arroz
9 - dá um erro no sistema e alguns pagamentos vão atrasar - o MEU inclusive
10 - todos ganham ovo de Páscoa - só O MEU vem quebrado, ou do sabor que não gosto.

terça-feira, 22 de março de 2011

(post extra do dia) Casey Heynes - o herói na luta contra o Bullying

Quem lê esse blog dá muita risada das minhas histórias. Esta é a intenção dele, fazer rir.

Consigo rir e fazer rir dessas histórias hoje, mas quando as vivi, só eu sei o que sofri.
Eu e mais tantos outros meninos e meninas vítimas de Bullying.

Segundo a Wikipédia, Bullying[1] é um termo em inglês utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo (bully - «tiranete» ou «valentão») ou grupo de indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir outro indivíduo (ou grupo de indivíduos) incapaz(es) de se defender. Também existem as vítimas/agressoras, ou autores/alvos, que em determinados momentos cometem agressões, porém também são vítimas de bullying pela turma. (leia mais aqui) 

Na minha época, nem existia esse termo, ou não era conhecido como é hoje. O caso mais divulgado até hoje, aconteceu recentemente, envolvendo o menino Casey Heynes, de 14 anos.

Veja na matéria a seguir, publicada com legendas no Youtube a entrevista com este que passou de vítima para herói na luta contra o Bullying.


Espero que, a partir de agora, as pessoas - tanto crianças quanto seus pais - se conscientizem a respeito disso. E que, como a minha amiga Karina disse no Facebook, esse "câncer social" seja retirado de nosso meio

O dia que a Viviane quis ser a Cinderela

Teve uma época em que a gente montou uma "Companhia de Teatro". A minha irmã, Eliane e eu éramos os diretores desse grupo. 




Por conta disso, os melhores papéis eram nossos, sempre. A gente se apresentava toda semana na nossa rua, em frente ao bar do meu pai. A gente colocava lençol, pra fazer o papel de cortina. e usava as roupas da minha mãe e do meu pai mesmo, como figurino.

Uma vez decidimos encenar a "Cinderela". Eu era o príncipe, a Eliane a Cinderela, a Valéria (irmã da Viviane) era a madrasta e a Viviane era uma das irmãs feias da Cinderela.

Ela era gordinha, meio encardidinha, e não gostava de pentear o cabelo. Características perfeitas para o papel!

A peça ia se desenrolando ali mesmo, na apresentação, sem ensaio. Como sabíamos a história de cor, íamos fazendo assim, intuitivamente.

Assim, chegou um dos momentos cruciais da peça: a prova do Sapatinho de Cristal.

Eu, o Príncipe, convoquei todas as moças do reino para o evento, e fui experimentando o sapato em cada uma das meninas... só faltava uma menina, para chegar na Eliane e finalizarmos com chave de ouro a apresentação. A Viviane era a penúltima menina a experimentar o sapato.

Quando coloquei o sapato nela, o dito-cujo coube facinho. Aí, no meio da peça ela gritou: "SERVIU! EU SOU A PRINCESA!" 

Todos ficamos chocados! A Viviane estava sabotando a nossa "premiere"! Falei baixinho no ouvido dela: "Viviane, cala a boca... você não é a princesa, é a irmã feia. A princesa é a Eliane". 

Indignada, Viviane indagou, em frente ao público presente: "Por que eu não posso ser a princesa? O sapato serviu... eu sou a princesa sim!". 

Até que chegamos à triste realidade, e tivemos que revelar: "Viviane, você não pode ser a princesa, porque você  gorda. A Eliane é bonita e magra, e desde o começo, ela é a princesa". 

Demos um jeito de tirar a Viviane de cena, e terminamos a peça. O Príncipe carregando a Cinderela de verdade nos braços. E os ajudantes de palco carregando a Viviane para um lugar onde ninguém ouvisse seus gritos de revolta e indignação.


imagens: artista plástica norte-americana Aly Bellissimo 

segunda-feira, 21 de março de 2011

Dida poliglota

O post de hoje é sobre uma peculiaridade da minha mãe: ela é poliglota.
Sério... mas não é poliglota que você está pensando, que fala inglês, francês, espanhol, italiano, etc. Ela é poliglota de sotaques regionais e dialetos! 
Dependendo de onde e com quem ela está conversando, ela "absorve o ambiente e a situação" e se torna "cidadã local". Ela começa a falar arrastado, coloca "X" no lugar do "S", puxa o "R" com uma naturalidade incrível. Inclusive erros de pronúncia!

Uma vez, ela estava na frente do mercado, no maior papo com uma amiga que não via a tempos. No meio da conversa ela soltou: "Tu tá di regimi? Tu ISMAGRECEU dimais, mulé".

Fiquei lá esperando o papo terminar, e quando as duas se despediram eu falei: "Mãe, o certo é EMAGRECEU, e não ISMAGRECEU.


Ai, sutil como uma ostra recém colhida no mar, ela solta uma grande pérola: "Ah, eu sei que é EMAGRECEU, mas ela não sabe, né? Falei na língua dela, pra ela entender".







quarta-feira, 16 de março de 2011

Junior cabelereiro = Viviane Pequeno Poney

A Viviane parece que nasceu pra encher o meu saco. Desde criança, essa menina não desgruda da família. Até que, com a perda da mãe dela, a minha mãe a adotou extra-oficialmente. A partir daí as coisas pioraram, pois ela se sente "parte da família". Pois é, temos que aguentar certas coisas...

Uma vez, a minha irmã, Eliane, pediu que eu a ajudasse a fazer algumas luzes no cabelo. Vimos na TV como se fazia e fizemos igual: pó descolorante, água oxigenada e papel laminado, e lá estava a Eliane um pouco mais loira. Ficou muito bom, nem parecia coisa de amador.

A Viviane viu, ficou doida, e começou a encher o meu saco porque queria o seu cabelo igual, e EU teria que fazer... insisti que não queria até onde pude, mas chegou uma hora que cedi. Detalhe: naquele mesmo dia, mais a noite, cantaríamos em um casamento.

Só que tinha um problema: a Viviane é viciada em química. Mas não em drogas químicas, é em química pra cabelo mesmo. Ela passa tudo o que aparece de novo. Na época ela tinha feito alisamento, pintou de vermelho, e depois pintou por cima de castanho escuro. E agora queria fazer "umas luzezinhas só". OK.

Pegamos os produtos, começamos todo o processo: pó descolorante, água oxigenada, papel laminado... e lá estava a Viviane... éhhhrrr... ahmmmm... vou mudar o rumo: QUANDO DE REPENTE: 
Lá estava a Viviane na minha frente, parecendo o Pequeno Poney Arco Íris!

Era uma mistura maldita! Não dava prá saber se tava mais pra "Pequeno Poney" ou Rei Leão, ou então - pior - SANDRA DE SÁ!


Só lembro que ela chorou muito. E faltava pouco tempo para irmos cantar no casamento. Na hora do desespero, a solução foi correr na farmácia (só eu, porque ela não poderia sair de casa com aquele cabelo), e comprar uma tinta. A primeira que vi na frente foi "preto azulado". Comprei. Do jeito que esta o cabelo dela, acho que só o preto azulado iria anular o resultado final daquele desastre capilar.
Pintamos. Ela foi para o casamento com o cabelo pingando ainda, cheirando a enxofre, amônia, e tudo o que é utilizado para- além de desentupir pia- estragar o cabelo das pessoas.

Mas pelo menos ela só feria o nariz das pessoas, e não os olhos!




terça-feira, 15 de março de 2011

Junior , sua careca polêmica e a quimioterapia imaginária

Era a primeira semana de faculdade. Consegui fugir dos trotes, e toda a primeira semana consegui continuar cabeludo.

No sábado, fiz um voto com Deus e raspei toda a cabeça - passei gilete, inclusive. Por conta disso, descobri uma mancha estranha, escura, grande e áspera, perto da nuca. Prontamente marquei dermatologista, que viu que era uma coisa normal, comum, mas pediu para fazermos uma biópsia do local. Na segunda-feira de manhã fiz o exame, e à noite fui para a faculdade. Careca e com um curativo na nuca.

Percebi que as pessoas me olhavam muito, sem se aproximar. Como o curativo na nuca era grande, não consegui colocar o boné para disfarçar a careca. Até que uma amiga se aproximou e perguntou: "Que curativo é esse?" Eu, prontamente respondi: "Ah, é uma biópsia que eu fiz hoje".

A partir daí, percebi as pessoas cautelosas comigo. Se aproximavam pra conversar amenidades. Uma coisa que nunca havia acontecido em toda a minha vida: NINGUÉM ZOAVA COMIGO!

Na fila da xerox, ou da cantina, as pessoas falavam: "Deixa o Junior passar". Eu não entendia nada, mas aproveitava da boa vontade dos amigos!

No voto que eu fiz, eu deveria raspar com gilete a cabeça durante 4 sábados. Então, nem dava tempo de o cabelo crescer. Então, fiquei careca por bastante tempo...

Passou o ano. Todos saímos de férias. Meu cabelo já estava grandinho quando voltei das férias.  O ano seguinte passou normalmente, e aí eu já era realmente amigo de uma grande parte da sala.

Até que, no final do terceiro ano, jogando conversa fora, contando as dificuldades de chegar até ali, o Julio Leone, soltou: "Você foi curado, heim!?". Não entendi... dei risada, achando que fosse alguma piada e falei: "Curado de que?". Julio respondeu: "DA LEUCEMIA!".

Fiquei em choque e disse: "Leucemia? Como assim, eu não tive leucemia, que história é essa?". Aí ele me disse que, logo na segunda semana de aula eu estava careca por causa da quimioterapia. Que todos comentavam que eu tinha feito uma biópsia, e que talvez nem conseguiria concluir o curso. Todos estavam comovidos com a minha história de vida, mas ninguém tinha coragem de comentar comigo.

Por isso me deixavam passar na frente na fila, por isso me tratavam com cuidado...

Só faltou mesmo uma campanha na internet prá me ajudar!

Só faltou alguém me perguntar o que eu tinha de verdade: UMA *QUERATOSE!


*alta concentração de queratina em um lugar específico.



quarta-feira, 9 de março de 2011

Junior e a cirurgia de... ah, não vou falar isso no título!

Quando eu tinha 5 anos, fiz a tão temida cirurgia de fimose... ah, como foi terrível. Não vou entrar em detalhes.

A recuperação foi dolorida, chata... mas, mais dolorido e chato foi ter que aguentar as minhas tias chegando em casa e pedindo: "deixa a titia ver o pipi...", e eu ter que ficar mostrando o pipi prá todo mundo. Fico com vergonha só de lembrar. Os meus tios homens ficavam zoando comigo falando que o médico tinha tirado a metade, que ia apodrecer e cair e eu ia virar "mariquinha"... ái que ódio que eu sentia!!!

O pior era o "banho de permaganato de potássio". Aquela bacia com água morna, vermelha, e eu  lá, sentado na bacia durante um tempo, que nem lembro quanto tempo era, prá ajudar na cicatrização. Aí, todas as tias iam no banheiro com a minha mãe prá ver o meu banho. E ficavam... ah, que bonitinho.... ohwmmmmm... "tilindu"...

E e lá, pipi de fora, sentado na água vermelha, sem poder me defender.

O pior de tudo, é que esse não foi o primeiro procedimento no meu coleguinha... quando eu era mais novinho, o médico cortou, a sangue frio, uma pelezinha, e disse que ia resolver... ah, meu pai, como doeu aquilo. E não resolveu nada! Tive que voltar lá e fazer cirurgia mesmo.. ah se eu pego aquele médico!!!

E cada vez que eu voltava no médico, ele falava uma coisa diferente. E eu pensava: se ele cortar mais uma vez, vai diminuir, diminuir até ele cortar tudo e eu ficar sem pipi... que desespero! Eu não queria perder meu pipi!

Mas ainda bem que aquela foi a segunda e última cirurgia.

Hoje não tem foto prá ilustrar o blog... ah, nem dá, né gente?

sexta-feira, 4 de março de 2011

#coisasderetiro "As meninas e o filho do caseiro"

Aproveitando a tag #coisasderetiro que tá rolando no twitter, vou aproveitar para contar uma que aconteceu em um retiro da minha antiga igreja.

Todos os jovens e adolescentes da minha igreja cresceram praticamente juntos... éramos como irmãos de sangue mesmo, assim, sentíamos que nunca iríamos namorar uns com os outros... os meninos até queriam, mas as meninas nos esnobavam...
Elas sempre diziam que éramos feios e infantis, e nem queriam papo com a gente...

Pois bem, no retiro daquele ano, ao chegarmos só tomamos chá com bolacha e fomos dormir...já no dia seguinte, ouvimos uma gritaria vindo de um grupos de meninas. Elas estavam em uma cerca, apreciando o filho do caseiro, que estava trabalhando, sem camisa, ajudando o seu pai. A cada enxadada que o cara dava no mato, elas gritavam! E a gente, lá, no maior ciúme.
Elas não perderam tempo, e logo que conseguiram conversar com o caseiro, falaram que estavam convidando  o filho deles para o culto da noite... o caseiro ficou muito feliz, e disse que com certeza o filho dele iria.
Mais gritinhos de empolgação e todas foram para a área da piscina... naquele dia, o assunto delas foi justamente "o filho do caseiro".

Entardeceu, e todas se trancaram no quarto. Uma gritaria, barulho de secador de cabelo e tudo mais. Horas depois, todas saem maravilhosas, maquiadas e perfumadas do quarto, nem parecia mais acampamento.

Todas a postos, só à espera do "filho do caseiro"... na hora certa, às 20h, vimos surgindo de longe o tal "galã rústico", que elas tanto queriam ver...

Camisa branca, calça jeans folgada.. as meninas nos obrigaram a recebê-lo, afinal, elas eram meninas e talz...

O primeiro "AÊ" que trocamos com o rapaz foi recebido com uma risada estranha, tímida...
Fomos cumprimentá-lo e percebemos que ele não agia como adulto... foi aí que percebemos que ele era um garoto especial, que sofria de um tipo e atraso mental, e que sua mente era como a de uma criança de 8 anos!

As meninas se frustraram. E nós, os meninos, ganhamos um amigo! Ele se enturmou rapidinho com a gente, e cantava e dançava o tempo todo 'Adocica, meu amor, adocica", do Beto Barbosa.

E no final das contas, ninguém namorou ou casou com ninguém. Acho que, nem o rapaz do "Adocica"

Junior e o seu Fuscão Preto

Era Natal. Eu tinha uns 5 prá 6 anos, e estava louco por um "Fuscão Bate-e-Volta".
Eram 2 modelos no comercial - um branco/creme com adesivos para colar, estilo "Herbye" e um preto, de polícia, com sirene e tudo. Eu queria o primeiro, com os adesivos... mas quando abri a caixa, era o preto, de polícia. A decepção inicial foi inevitável... afinal, o carro que mais aparecia no comercial era o branco... mas tudo bem.



Comecei a brincar com ele, e vi que as lanternas e sirene de polícia deixavam o carro mais interessante que o branco, que tinha só os adesivos prá colar. Saí na vantagem...

Naquele dia de Natal, meus primos viriam em casa, e eu estava lá, a postos com o meu fuscão esperando todo mundo chegar para exibir meu carrão. Toda aquela ansiedade, e nada deles chegarem... até que, ouço alguém chamando no portão.

Em êxtase - havia chegado a minha hora - corri na frente de todos de casa, afim de descer as escadas até o portão, com meu carro na mão, para exibir para os meus primos. NÃO DEU TEMPO.

Ao chegar no comecinho da escada... tropecei, e o carro saltou da minha mão. Ainda consigo lembrar da cena: eu caído no chão, no topo da escadaria, e o meu fuscão rolando escada abaixo, deixando algumas peças no caminho.

Meus primos riram de mim. E naquele dia eu só chorei, catando as pecinhas que ficaram na escada, prá tentar recuperar o meu tão lindo FUSCÃO PRETO!