segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

O aniversário da Igreja

A Eliane e eu tínhamos, eu acho, ela: 10, eu:7 anos.

Estávamos arrumados, roupas novas e fomos para a igreja. Era culto de aniversário, então teria bolo!
A minha mãe não foi, mas como sempre, se voltássemos de uma festa sem bolo pra ela, ela não deixava a gente entrar em casa, tinha que voltar pra buscar...

As irmãs da igreja exageravam: sempre faziam aquele bolo enooooorme, quase do tamanho do bolo de aniversário de São Paulo! Sobrou muito, mas muito bolo, e aí os vizinhos da igreja, que nem a frequentavam, foram lá pegar pra levar pra casa.

Voltávamos, com nossos vizinhos e outros amigos, cada um com um "tapué" cheio de bolo coberto de glacê branco... no meio do caminho, no beco, encontramos um monte de meninos da "cumunidádji" com sacolas de plástico cheias de bolo.
Ficou um clima tipo faroeste, quando os dois cowboys se encontram e ficam olhando pro outro, esperando uma reação.

Aí um dos meninos gritou: "Me dá esse bolo!", e a Eliane, tomando a frente falou: "Não dou, vocês já tem".

Foi muito de repente. Não sei quem começou, se a Eliane ou o menino, mas quando vi, estávamos em meio a uma guerra de bolo!

Eles jogavam bolo na gente, a gente revidava. Era uma gritaria, como se fosse uma guerra mesmo... bolo prá todo lado. No chão, na gente, nos muros.

Acabado o bolo dos 2 lados, não tinhamos mais o que fazer. Eles saíram correndo, e a gente continuou o percurso até nossa casa. Chegamos imundos, melecados de glacê dos pés à cabeça. Naquele dia a minha mãe ficou sem bolo, mas não nos impediu de entrar.

Afinal, éramos guerreiros feridos, mas vencedores. Alguém tinha que cuidar de nós.

Um comentário:

  1. ai que odio daquele dia!!muleques sem educação!!acabou com a nossa raça!!!kkkkkkkkkkk

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