quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Zé do Norte e o alagamento

Lá estávamos nós: minha mãe, meu pai, minha irmã Eliane e eu. Em Santo Amaro - bairro de SP que já falei aqui antes - indo em direção à casa da minha "vó Bia", mãe da minha mãe, no bairro do Grajaú. Não pense que o Grajaú de SP é chique, como o do Rio de Janeiro. É #pilinferia.


Naquele tempo não era esse caos que é hoje quando chove... mas já tava começando a ficar ruim. Perto da Avenida Guido Calói,  sempre enchia.

Estávamos - Eliane e eu - muito felizes, pois o melhor acontecimento de nossas vidas sempre era estar com a nossa avó. De meias novas, usadas pela primeira vez prá passear, a gente brincava sem os tênis, em cima do banco traseiro do Fuscão Branco do meu pai. Era como se não houvesse amanhã... se fechar os olhos, consigo lembrar exatamente da cena, do cheiro, das risadas (fui romântico agora, né... mas deixa eu voltar ao normal, porque romantismo não é a proposta desse blog).

À nossa frente, um dos obstáculos: um alagamento.
Dentro do carro, um obstáculo ainda maior: meu pai bêbado, naquela vibe Superman comum a todos os bêbados.

"Zé, vamos fazer o retorno e procurar outro caminho", disse q minha mãe.
"Que nada, eu passo facinho!", respondeu, auto-confiante, Zé do Norte.

 Aproveito para lembrar que uma das primeiras coisas que o meu pai fez ao chegar em SP foi comprar sua habilitação. Comprar, foi comprar mesmo!!! Ele não estudou, pagou prá ter mesmo


Zé do Norte respira fundo, da umas "aceleradas lindas" no fuca e vai forte... no meio do caminho, dentro do alagamento, o carro morre. Eliane e eu olhamos para baixo, quando vemos a água invadindo aos poucos o carro. A água não parava de subir, e começava a chegar na altura do banco... AMEAÇANDO NOSSAS MEIAS NOVAS!!!!! A gente gritava desesperadamente, e o meu pai falava: "Tá tudo sobre controle, eu sei o que estou fazendo!".

Sabia mesmo: estava fazendo mais uma de suas cagadas. Graças a Deus, perto dali tinha um bar, e um grupo de rapazes que viram a cena, se comoveram, e entraram na água, empurrando o carro do meu pai, que engazopou e teve que ficar por ali mesmo...

Nem lembro o que fizemos depois, se deixamos o carro lá e fomos embora, se ficamos esperando reboque. Só lembro que as nossas meínhas novas não se molharam. Graças a Deus!

Um comentário:

  1. Um pequeno detalhe: Essa foto provavelmente é no nordeste ou no Rio de Janeiro. Olha o orelhão da operadora Oi na foto. rs

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